Poeta Don

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Jornalista e Poeta. Sou formado em Jornalismo pela PUC do Rio Grande do Sul. Quanto à poesia, ainda estou aprendendo. Sou funcionário público.

13.7.09

O circo armado

Talvez a música mais emblemática do cantor Michael Jackson seja Black or White “preto ou branco”. Não por alguma possível conotação racista, longe disto! Mas sim porque certas ações que mancham um homem em sua vida, talvez no que ele tenha de mais precioso, a honra, deixam realmente uma mancha negra como legado. Por outro lado, o branco, imaculado sinal de pureza de um homem, sua honradez, deixa-lhe uma áurea de respeito por gerações. Não estamos aqui julgando a pessoa de Michael Jackson. Que os tribunais o fizeram e Deus certamente o fará! Também não estamos julgando sua arte. Que os críticos façam o seu trabalho! Mas nós, como imprensa, não podemos deixar de analisar o homem público, o profissional que tinha a missão de dar o exemplo aos jovens. Melhor dizendo: analisamos aqui a relação existente entre o ídolo pop e a mídia. Lembremo-nos que ultimamente não foi uma relação muito boa. Há pouco a mídia criticava-o severamente, taxando-o de excêntrico, de suspeito de cometer atos hediondos com crianças, de negar sua raça, de ser louco... Esteio fugiria da regra? Esta cidade também parou para assistir (suprema incoerência!) O show, ao vivo, de um homem morto! Esta cidade também tem os nossos “santos”. Há prefeitos já falecidos, que lideraram o cenário político local, em vida eram tratados diferentemente de agora, após a morte. Por extensão, deveríamos estar alertas quanto a isto, cobrando das pessoas (entes públicos mais ainda) enquanto estão vivas, e não após, quando estiverem beatificadas pela opinião saudosista. Mas o circo, ah, o circo. Este não pode faltar em nosso mundo. Quando inventaram a televisão, dizia-se que o circo morreria. Constatou-se que isto não é verdade. A televisão o absorveu. O funeral de Michael Jackson foi um show. Tempos de canonização eletrônica. “Santo Jackson, tenha piedade de nós, mortais”...