Pode parecer fora de moda/ algo que hoje até destoa/ passar a vida toda/
amando a mesma pessoa./ E aproveito este nobre espaço/ para ir bem mais além/ e dizer que amo só o teu abraço/ e o de mais ninguém./ E também escrevo neste jornal/ que o amor que eu sinto por ti/ é algo fora do normal/ e que jamais senti./ Tu podes até perguntar:/ “Por que teus lábios não falam/ o que o papel vem me contar?/ Mas os teus lábios se calam/ e o silêncio vem dominar”!/ Respondo, então:/ “Não vás comigo se zangar/ emudeci foi de paixão/ e
meus lábios só querem beijar”!/
Proponho gastarmos a juventude/ juntos, só nós dois/ tomar banho lá no açude/
e fazer amor depois./ Adentrar em um pomar qualquer,/ noivar e casar escondido/ para tu seres minha mulher/ e para eu ser teu marido./ Depois, uma viagem, que confusão!/ A nossa linda lua de mel:/ Tu sendo amada pelo João/
e eu te amando, Raquel!/
Amor verdadeiro não tem fim/ e está aqui, lá e ali,/ tu sendo amada por mim/ e eu apaixonado por ti./ Ninguém poderá preencher/ o vazio da tua maldita falta/ somente o medo de te perder/ e a tristeza, que é muito alta./ Realmente, quando tu não estás/ a vida perde toda a graça/ viver ou morrer tanto faz/ porque a dor, no peito, não passa!/ Se eu pudesse escolher/ te amar ou não/ no início, iria recorrer/ à lógica da razão/ e diria para mim mesmo:/ “Para que sofrer tanto assim?/ Este sentimento a esmo/ quando ela não está perto de mim”?/ Mas depois eu escutaria/ o meu pobre coração/ que bem assim diria/ com toda a emoção:/ “Somente ela eu vou querer/ somente ela e mais ninguém!/ Por ela feliz vou viver/ se ela me amar também”!/
O tempo passando/ e os filhos não vêm/ e eu vou pensando:/ “Está bem, não te reparto com ninguém”!/ Dia após dia/ nosso amor cresce mais./
Ah, meu Deus, como eu queria/
não morrer jamais!/
Mas o último dia aparece/ e pensa que vai nos separar/ mas a morte se esquece/ que o amor vai durar.../ Do outro lado da vida/ existe um céu nos esperando/ lá serás ainda querida/ lá estarei eu te amando./ Dizem que lá ninguém casa/ não se faz amor como os mortais/ eu baterei as minhas asas/ voarei para casa dos teus pais./ Sentado numa nuvem na sala/ me acenderei por ti de desejo/ e naquele lugar de gala/ eu te darei um beijo./
Guarde isto no teu peito/ anote isto para ti, Raquel:/
O nosso amor é perfeito/ e
vai estar lá no céu!