Poeta Don

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Jornalista e Poeta. Sou formado em Jornalismo pela PUC do Rio Grande do Sul. Quanto à poesia, ainda estou aprendendo. Sou funcionário público.

14.5.07

A Janela

Havia um homem bom. Seus olhos eram bons. Seus pensamentos eram bons. Mas, um dia, ele adoeceu. A doença não conseguiu tirar a bondade de seu coração. Mesmo em sua condição precária e extremamente triste, ele ainda podia fazer algo positivo para seus semelhantes.
O hospital em que ele estava internado era um ambiente de muitas dores. Dores como as suas, que ele mal conseguia esconder. A sorte, no entanto, não o abandonara de todo: sua cama ficava bem ao lado de uma janela...
Gemidos vinham do leito vizinho. O ocupante da cama, um jovem senhor que gritava de dor. Ele dizia: "não se preocupe. Sua dor será bem menor se eu puder me levantar e olhar lá fora... Vou contar para você o que vejo, está bem"?
Então ele, mesmo com sua doença, que o impedia de se movimentar perfeitamente, num esforço sobre-humano, levantava o pescoço, erguia um pouco o corpo e narrava com dificuldade a cena que presenciava: "meu amigo, lá fora... há crianças lindas brincando em jardins... há flores belíssimas que até parecem que falam... o dia lá fora é lindo"...
A cada dia o outro, que não tinha acesso à janela, melhorava: "conte-me mais, por favor"... Mas, aquele homem quase já não podia mais se levantar. Os médicos o haviam proibido de se mexer, mas ele insistia em narrar a cena para o colega de quarto.
Até que um dia, seu leito ficou vazio. O outro, já bem melhor, sabia que aquele bondoso homem, que ele mal sabia o nome, teve a sua partida para a eternidade acelerada, talvez, por causa da vontade de narrar as cenas da janela...
"A janela"!, gritou, não contendo as lágrimas, "eu quero ficar naquela cama, na janela! Me ponham, lá, por favor"! Quando teve o seu pedido atendido, ele não podia acreditar no que via!!! Logo após a janela, havia um gigantesco muro cinza! Nada de flores, nada de crianças, apenas um muro, nada mais do que isto! A primeira reação foi uma certa raiva: "fui enganado"!
...Na cama em que ele antes ocupava, agora um homem perguntava delicadamente para ele: "por favor, senhor, o que o senhor vê através desta janela"? Com lágrimas nos olhos, ele então compreendeu a dor de quem estava onde ele esteve e passou a narrar: "vejo um mundo lindo, meu amigo, um mundo lindo e maravilhoso"...


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Mãe Débora e mãe Arminda

Muitos estudiosos crêem que a passagem de Juízes 5, chamada de "Cântico de Débora", seja o mais antigo escrito bíblico. Esta bonita oração contém uma carga poética descomunal e uma emotividade sem precedentes. Juízes 4:4: "Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo". Juízes 4:5: "Ela atendia debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo".
No versículo 5 do Cântico, a profetisa clama para si o título materno: "Cessaram as aldeias em Israel, cessaram; até que eu, Débora, me levantei, por mãe em Israel me levantei". E no versículo 24 ela abençoa outra mãe: "Bendita seja entre as mulheres, Jael, mulher de Héber, o queneu; bendita seja entre as mulheres nas tendas".
Vejam a importância das mães, o quão importante é passar a fé para outras gerações: "pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti". 2 Timóteo 1:5.
Débora julgava debaixo da palmeira, e minha mãe sempre procurou o repouso seguro, tranqüilo e sereno de uma sombra familiar.
Então, encerro aqui as minhas palavras com a citação da passagem preferida da minha mãe, o Salmo 91:1,2: "O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio".
Um feliz Dia das Mães para todas as grandes mulheres que me lêem!