O maior poeta da rua!
Eu queria ser o maior poeta do mundo
Para ganhar o Prêmio Nobel de Literatura
Mas, desperto, o sonho dura só um segundo
A verdade é muito, muito mais dura.
Caio na real, o delírio é bem menor
Calma, Poeta, o buraco é mais embaixo
Quem foi Bento Gonçalves, general ou major?
Sei lá! Capitão ou coronel, eu acho...
Então, a minha rua é a Bento Gonçalves
Não passa boi, nem cavalo, é gente, carro e bicicleta
Então poderia ser chamada de Castro Alves
Mário Quintana ou qualquer outro Poeta...
No sonho, o próprio Bento, com a jagunçada
Com todo exército, se a memória não me falha,
Tem em uma mão aquela famosa espada
E na outra, ai, meu Jesus Cristo – uma medalha!
Ai, que vergonha, toda a vizinhança vendo
Aquele homem vindo me chamar na porta
Meu vizinho, professor de história, não crendo:
“O que faz aqui toda esta gente morta”?
“Senhor João Batista da Silva Machado
Poeta e bacharel de sei-lá-o-quê
A medalha tu tens conquistado
Eu darei ela agora para você”!
Eu: “Ai, ‘seu’ Bento, que vergonha!
Estou honrado e muito agradeço
A minha rima é que muito sonha
Sou um João Qualquer, eu não mereço”!
“Como ousas renegar a condecoração
Que por direito eis que te pertence?
Quem mandou se meter a escrever do coração?
Portanto, negá-la nem ouse, nem pense”!
Então, a banda marcial tocou um hino;
Depois, todos os soldados se perfilaram;
O capelão, orgulhoso, tocou o sino
E os tambores, solenes, rufaram...
E o próprio Bento Gonçalves apeou do cavalo
E colocou a medalha no meu estufado peito
E antes que eu pudesse cumprimentá-lo
Eu me despertei, atônito, no meu leito...
Para ganhar o Prêmio Nobel de Literatura
Mas, desperto, o sonho dura só um segundo
A verdade é muito, muito mais dura.
Caio na real, o delírio é bem menor
Calma, Poeta, o buraco é mais embaixo
Quem foi Bento Gonçalves, general ou major?
Sei lá! Capitão ou coronel, eu acho...
Então, a minha rua é a Bento Gonçalves
Não passa boi, nem cavalo, é gente, carro e bicicleta
Então poderia ser chamada de Castro Alves
Mário Quintana ou qualquer outro Poeta...
No sonho, o próprio Bento, com a jagunçada
Com todo exército, se a memória não me falha,
Tem em uma mão aquela famosa espada
E na outra, ai, meu Jesus Cristo – uma medalha!
Ai, que vergonha, toda a vizinhança vendo
Aquele homem vindo me chamar na porta
Meu vizinho, professor de história, não crendo:
“O que faz aqui toda esta gente morta”?
“Senhor João Batista da Silva Machado
Poeta e bacharel de sei-lá-o-quê
A medalha tu tens conquistado
Eu darei ela agora para você”!
Eu: “Ai, ‘seu’ Bento, que vergonha!
Estou honrado e muito agradeço
A minha rima é que muito sonha
Sou um João Qualquer, eu não mereço”!
“Como ousas renegar a condecoração
Que por direito eis que te pertence?
Quem mandou se meter a escrever do coração?
Portanto, negá-la nem ouse, nem pense”!
Então, a banda marcial tocou um hino;
Depois, todos os soldados se perfilaram;
O capelão, orgulhoso, tocou o sino
E os tambores, solenes, rufaram...
E o próprio Bento Gonçalves apeou do cavalo
E colocou a medalha no meu estufado peito
E antes que eu pudesse cumprimentá-lo
Eu me despertei, atônito, no meu leito...